No fundo a confiança num traidor é um engano, pelo qual percebemos mais tarde que valorizamos excessivamente essa pessoa, isto é, muito mais do que ela merece, do que ela representa em relação a nós mesmos. Considerávamos ou amávamos, ou dedicávamos a ela uma amizade ou amor, ou carinho, que superava estes mesmos sentimentos, os quais julgávamos que ela nutria por nós. Trocando em miúdos, dávamos a ela muito mais do que julgávamos que ela nos dava. Fomos enganados ou nos enganamos na nossa avaliação dos valores dessa pessoa.
A traição, como disse um dia um poeta, é como coceira: Basta começar. Uma vez cometido este ato tão criticável, mesmo que as conseqüências sejam as piores possíveis, o traidor faz da sua deficiência um modo de vida e se transforma no mais desprezível dos seres humanos: Um traidor. E é uma opinião quase que unânime dentre as pessoas que o traidor merece a mais severa das punições, o mais forte repúdio, a mais contundente reprovação. Tudo se pode aceitar e remediar, tudo se pode entender e esquecer, menos o ato vergonhoso e deprimente de uma traição.
O mais famoso traidor de todos os tempos, Judas, não recebeu o perdão de todos os que souberam do seu ato hediondo e inexplicável. Mas, o perdão maior que alguém poderia receber, com certeza Judas recebeu: o perdão daquele que ele mais feriu. Daquele que morreu também por ele, o maior traidor de todos os tempos, o perdão do Filho de Deus. Com isso Jesus nos ensina e nos incita ao perdão.
E quando o discípulo pergunta ao Senhor Jesus: “Senhor, quantas vezes devemos perdoar?” E Ele responde: “Setenta vezes sete!”, aprendemos que é através do amor que se conquista a Vida Eterna.
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