O amor pode ser puro, casto. Ou então possessivo, ciumento, exigindo a fidelidade: «Eros é um deus ciumento. Aquele que ama quer a posse da sua amada; quere-la só para si. Antes vê-la morta, do que feliz com outro alguém! Antes infeliz, do que vê-la feliz com outro» (A. Comte-Sponville). O amor pode inclusivamente ser possessivo até à paranóia: «A possessão do ser que se ama é uma alegria ainda maior do que o amor» (Marcel Proust)
Mas o amor também pode ser aventureiro, libertino: «Segui o exemplo das deusas, e não desdenheis dos gozos que vos podem proporcionar os desejos dos vossos amantes.» (Ovídio) Afinal, qual é a essência do amor? Possessivo, ciumento, exigindo a fidelidade? Ou libertino, como na antiga Roma, na versão de Ovídio?
A resposta não é obviamente linear. O amor carrega em si a nossa ambivalência e as nossas contradições. Pode de facto ser libertino. E é ciumento e possessivo, no casal como no amor romântico. Mas ele exige sobretudo a fidelidade.
Só por via da fidelidade ele pode ser lírico, e grande. Os grandes amores não dispensam a fidelidade: quem dá, exige reciprocidade, e isso envolve posse e exclusividade. Não há grandes amores românticos sem sentimentos latentes ou visíveis de posse e ciúme. Os grandes amores exigem não dispensam a fidelidade.
Mas o amor também pode ser aventureiro, libertino: «Segui o exemplo das deusas, e não desdenheis dos gozos que vos podem proporcionar os desejos dos vossos amantes.» (Ovídio) Afinal, qual é a essência do amor? Possessivo, ciumento, exigindo a fidelidade? Ou libertino, como na antiga Roma, na versão de Ovídio?
A resposta não é obviamente linear. O amor carrega em si a nossa ambivalência e as nossas contradições. Pode de facto ser libertino. E é ciumento e possessivo, no casal como no amor romântico. Mas ele exige sobretudo a fidelidade.
Só por via da fidelidade ele pode ser lírico, e grande. Os grandes amores não dispensam a fidelidade: quem dá, exige reciprocidade, e isso envolve posse e exclusividade. Não há grandes amores românticos sem sentimentos latentes ou visíveis de posse e ciúme. Os grandes amores exigem não dispensam a fidelidade.